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Dificuldade de comercialização e preços abaixo do custo fizeram produtor optar pelo milho safrinha; só no último ano área plantada diminuiu 13%

Nas últimas duas safras de inverno, a área plantada com trigo no Paraná sofreu redução de 24%. A dificuldade de comercialização e os baixos preços praticados no mercado, aliados à forte concorrência exercida pelo milho safrinha, são os principais fatores que levaram o produtor a substituir o trigo. Na safra 2010/2011, a área ocupada com o cereal deve atingir 1.024.136 hectares, uma diminuição de 13% em relação à safra anterior, quando foram plantados 1.170.838 hectares com trigo.

O Paraná é o maior produtor nacional de trigo, sendo responsável por 53% da produção brasileira. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, o País também apresentou redução na área de trigo plantada. Este ano, o Brasil deve cultivar cerca de 2 milhões de hectares com o cereal, área 4,5% menor do que no ano anterior. Com isso, a produção nacional de trigo deve ser de 5,3 milhões de toneladas, quantidade 9,6% menor do que na safra passada.

Até o último dia 23, 67% da área de trigo no Paraná já estava plantada. A diminuição da área também deve acarretar em redução na produção. O Estado deve colher 2.847.086 toneladas do cereal, 18% a menos em comparação às 3.452.401 toneladas do ano passado. De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, essa oscilação de área cultivada é cíclica e ocorre historicamente.

Já para o economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola, a situação é preocupante. ”Apesar das variações constantes, chegou o momento em que o produtor vê falta de política agrícola para o trigo. Há um desestímulo ao plantio por falta de garantia de preço e de seguro agrícola”, avalia. Na última quinta-feira, o valor pago aos produtores foi de R$ 26,97 pela saca de 60 quilos do cereal. A quantia ainda está abaixo do preço mínimo estipulado pelo governo, de R$ 28,62 para o trigo tipo 1, pão. O atual custo de produção estipulado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para Londrina é de R$ 30,68.

Loyola ressalta o problema da concorrência com o trigo importado da Argentina, Paraguai e Uruguai. Segundo ele, antes da colheita paranaense, a produção externa já foi comercializada para os moinhos nacionais. ”Um dos fatores que favorece a importação é a qualidade do trigo argentino, vendido em cargas homogêneas com padrão que atende a indústria. Além disso, esse trigo muitas vezes é financiado com condições especiais”, esclarece.

O economista também destaca que o custo de produção é mais barato nos países vizinhos e que o transporte da Argentina para o Nordeste brasileiro é mais barato do que transportar do Sul do País. ”A demanda nacional de trigo é de 11 milhões de toneladas por ano e historicamente o Paraná e o Rio Grande do Sul conseguem atender 50% dessa demanda, o restante é importado”, afirma.

Para o gerente técnico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, ao analisar o preço favorável do milho 2 safra, os agricultores optaram pelas melhores perspectivas econômicas. ”Não foi um problema para os produtores que encontraram essa alternativa”, comenta. Mas ele lembra que o cultivo de inverno reduz os custos para produção da safra de verão.

”A produção de trigo na região é autosuficiente e tem sobra, por isso, há pressão no preço na época da safra”, explica. Turra acredita que a redução da produção será pequena e, dessa forma, não haverá grandes mudanças para o abastecimento industrial do produto. Segundo ele, o produtor deve continuar investindo em qualidade para tentar facilitar a comercialização.

Mariana Fabre
Folha Web