Os agricultores dos EUA estão agora no auge do plantio de milho, um período geralmente cheio de expectativa pelo potencial da próxima colheita.
Mas os mercados podem não estar trazendo muita alegria aos produtores, já que os futuros do milho da nova safra de Chicago começaram maio com a pior nota em cinco anos.
A temporada de cultivo nos EUA acabou de começar e há bastante tempo para que preocupações climáticas apareçam, embora maio possa ser uma época difícil para o milho manter alguma força quando o plantio está ocorrendo tão bem quanto neste ano.
O milho da nova safra de dezembro fechou em US$ 4,47-1/4 por bushel na quinta-feira, quase 5% abaixo da máxima do mês passado e quase 7% abaixo da máxima do ano até o momento, definida em fevereiro.
Mas US$ 4,70 ainda devem estar em jogo.
SEQUÊNCIA EM RISCO
Os contratos futuros de milho para dezembro tiveram uma média de US$ 4,70 por bushel durante fevereiro, o que representa a garantia de seguro para os agricultores dos EUA em 2025.
Desde pelo menos 1973, os contratos futuros de milho para dezembro nunca deixaram de retornar aos níveis médios de fevereiro em algum momento após fevereiro, o que significa que o milho da nova safra provavelmente ainda tem um potencial de valorização de pelo menos 5%.
O contrato quase atingiu o feito em 16 de abril, chegando a US$ 4,69-1/2.
Historicamente, há algumas oportunidades de fortalecimento em maio. Em sete dos últimos 10 meses de maio, os contratos futuros de milho para dezembro apresentaram uma média mais alta do que em abril.
Mas a tendência do mês é, em geral, de queda. Em sete dos últimos 10 anos, o milho da nova safra fechou em baixa no final de maio em relação à primeira sessão do mês.
As três exceções foram o grande atraso no plantio nos EUA em 2019, a severa seca de milho no Brasil em 2016 e a pandemia em 2020, logo após a nova safra de milho atingir seus níveis mais baixos na primavera em 14 anos.
É difícil animar o mercado de milho com problemas climáticos nos EUA antes de junho. Mas os preços podem despencar no final de junho se as previsões não forem ameaçadoras até o início de julho, quando o milho americano inicia o período crítico de polinização.
No final de junho passado, o milho da nova safra estava 11% abaixo do registrado no início de maio. Embora essas perdas sejam um pouco maiores do que o normal, um movimento semelhante neste ano colocaria o milho um pouco abaixo de US$ 4 no final de junho.
2025 GÊMEO?
Ao longo de 2023, os participantes do mercado compararam as tendências de preços do milho dos EUA com as de 2013 e, um ano depois, fizeram o mesmo com 2024 e 2014. Na maioria dos casos, esses foram anos analógicos relativamente bons devido a configurações fundamentais semelhantes.
Isso é mais do que o esperado, mas esses dados são retrospectivos e ainda não refletem o impacto das tarifas.
Mas e quanto a 2025? A progressão lógica pode sugerir 2015, embora os estoques finais de milho dos EUA, há 10 anos, devessem aumentar acentuadamente em relação ao ano anterior, mas diminuir ligeiramente no próximo. Isso é o oposto da trajetória provável deste ano.
Em termos de preços reais, o milho de dezembro de 2025 está sendo negociado mais próximo dos do ano passado, embora as tendências tenham sido muito diferentes em termos de direção.
Os movimentos percentuais desde o início do ano acompanham mais de perto 2016, 2017 ou mesmo 2018. Esses anos foram caracterizados por abundantes suprimentos de milho dos EUA — significativamente mais do que hoje — e 2018 também apresentou uma guerra comercial com a China.
Todos esses três anos tiveram uma breve recuperação climática de verão, com os futuros eventualmente caindo consideravelmente à medida que a colheita dos EUA se aproximava, o que é o padrão comumente esperado.
Em um nível mais amplo, 2025 é um ano diferente de qualquer outro, com a incerteza na política econômica dos EUA próxima a níveis históricos. Isso complica a previsão de preços, já que os padrões sazonais podem ser menos confiáveis.
Mas os imprevistos geopolíticos na mesa para 2025 podem agir para aumentar os impactos de forças padrão, como o clima, o que significa que os mercados podem passar por uma jornada turbulenta durante o pico da temporada de cultivo nos EUA.
Fonte: Notícias Agrícolas
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